segunda-feira, 2 de abril de 2012

antonieta

Ela chegou e disse "Uma garrafa de vinho para esse jovem" e logo sentou-se em minha cadeira. Me olhou nos olhos e deu uma piscadinha enquanto acendia um Camel, perguntou meu nome e já foi afirmando o seu, Antonieta. "O meu é Raniere" ela fez um gesto como se tivesse gostado.
Antonieta era uma bela madame, com seus 40 anos. Trajava um vestido vermelho, parcialmente decotado. Sua pele era cor de leite e seus olhos cor de café, ah, como amo café com leite.

O nosso vinho chegou e o garçom nos serviu, ela me olhava de uma forma desconcertante e eu desviava minha timidez com a bebida. Quando me dei por conta a garrafa esta acabando e Antonieta não estava mas em minha cadeira. Ela já se encontrava no meu colo, seu olhos já não me assustavam.
Antonieta falava de seus amores e da troca do seu coração por mais um fígado. Ela era linda num modo triste de ser, seu boca se movia de uma forma doce e as vezes me perdia nas suas palavras, ela percebia e sorria, Antonieta.

Ela falava muito e pouco me perguntava, isso me confortava, pois eu era muito jovem, tanto em amores como nas dores. Antonieta me chamou para dançar e a musica era "Melody" de Serge Gainsbourg. Eu me movia de uma forma que nunca tinha me movido e eu só pensava em agradecer ao santo vinho e pela Antonieta que me abraçava...

Em um certo momento ela me olhou nos olhos e seus olhos já eram também os meus, sua boca se aproximou da minha e nossa boca se transformou em uma. Seu beijo me lembrou da infância , meu primeiro banho na chuva.
Nos saímos do bar e continuamos a bailar. Riamos, bebíamos, nos beijávamos com apenas a lua a nos observar... Antonieta abriu a porta de sua casa e me convidou para entrar, Antonieta entrou na banheira e me pediu para acompanhar, Antonieta deitou na cama e me convidou para deitar. Seu corpo se aproximou do meu e agora Antonieta e eu éramos apenas um.

Rafael R.

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